Você sabia que o claustro do Museu da Misericórdia guarda um segredo subterrâneo? Uma cisterna histórica, construída para atender ao abastecimento de água do antigo Hospital da Caridade, primeiro hospital da Bahia, fundado por Tomé de Souza?

Mais do que um espaço de valor histórico, ela representa também um exemplo pioneiro de cuidado ambiental: um sistema de captação de água pluvial construído pela Santa Casa no século XVIII, um exemplo de sustentabilidade do passado que ainda inspira reflexões no presente. 💧💧💧

Durante a última reforma, o espaço ganhou acessibilidade e iluminação especial, permitindo que hoje seja visitado e admirado. Pela primeira vez, esse tesouro escondido está aberto ao público.

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Conheça o Claustro do Museu da Misericórdia, um dos espaços mais simbólicos do edifício que abrigou o primeiro Hospital do Brasil. Localizado no coração da construção, o claustro era, originalmente, utilizado para captação da água da chuva, por meio de uma cisterna estrategicamente posicionada ao centro do pátio. Também era o espaço de convivência e do banho de Sol dos pacientes, do antigo Hospital da Caridade. Cercado por elegantes arcadas em pedra de cantaria, o ambiente revela a harmonia e a sobriedade da arquitetura colonial. Ao centro, destaca-se a Estátua da Caridade, representação de um dos valores que orientam a Santa Casa da Bahia desde o século XVI. Logo abaixo dela, repousa a antiga cisterna — ainda preservada — que ilustra a funcionalidade e engenhosidade das construções da época. Mais do que um espaço arquitetônico, o claustro é um lugar de memória e significado. Um ponto de conexão entre passado e presente, que expressa a missão de cuidar das pessoas com dignidade, acolhimento e fé.

Foi nesse espaço que, no passado, o provedor da Santa Casa tomava decisões fundamentais para o funcionamento da instituição — decisões essas que refletiam diretamente na vida da cidade. Seu teto foi encomendado ao mestre carpinteiro João de Miranda Ribeiro e testemunhou deliberações sobre: Reformas na Igreja e enfermarias do Hospital da Caridade; Aluguel de tumbas para sepultamentos; Crianças deixadas na Roda dos Expostos; Atendimento a negros escravizados abandonados; Acolhimento de presos e menores infratores. A Santa Casa de Misericórdia da Bahia, ao longo dos séculos, assumiu o compromisso com a dignidade humana nos mais diversos contextos sociais.

A construção da Igreja da Misericórdia foi iniciada em 1654, no mesmo local do antigo templo erguido por Tomé de Souza. Suas obras foram custeadas pelo provedor Francisco Mendes do Sim e duraram muitos anos. A partir de 1722, foram realizadas obras de complementação e embelezamento. Na Igreja da Misericórdia há presença de vários estilos: Barroco, rococó e neoclássico, que pode ser encontrados nos bens patrimoniais móveis e integrados. A Igreja foi palco dos sermões do padre Antônio Vieira e esteve fechada para restauração de 2001 a 2008. Considerada um marco da arte portuguesa na Bahia, a igreja foi tombada pelo IPHAN como parte integrante do conjunto arquitetônico Paço da Misericórdia.